Tejo Wine Escape : Descubra os vinhos autênticos da região.
- Rica Pinga
- 7 de jul. de 2024
- 4 min de leitura
A situação geográfica da região do Tejo :
A região do Tejo, anteriormente conhecida como Ribatejo, é uma zona vinícola histórica e dinâmica de Portugal, que oferece uma variedade de vinhos excecionais graças aos seus diversos terroirs e métodos tradicionais de vinificação.
A região é conhecida pela sua capacidade de produzir vinhos que combinam o património vinícola antigo com técnicas modernas, satisfazendo os gostos contemporâneos e preservando o seu rico património.
O nome da região deve-se ao rio Tejo, que a atravessa de leste a oeste. Este rio desempenha um papel crucial na moderação do clima local, criando condições ideais para a viticultura. O Tejo traz uma influência marítima que ajuda a temperar os extremos climáticos, proporcionando um ambiente mais estável para o cultivo da vinha.

Zonas vinícolas da região do Tejo :
A região do Tejo está dividida em várias subzonas, contribuindo cada uma delas para a diversidade dos vinhos produzidos :
Bairro : Localizada a norte, com um clima temperado e solos argilosos, esta zona produz vinhos equilibrados.
Charneca : No sul, caracterizada por solos arenosos e temperaturas mais elevadas, favorecendo vinhos com aromas concentrados e maturação rápida das uvas.
Campo : Ao longo das margens do Tejo, esta zona beneficia de um clima marítimo que favorece vinhos frescos e ácidos, com solos de aluvião que oferecem uma boa drenagem.
Diversidade de castas :
Castas tintas :
As principais castas tintas da região do Tejo são a Touriga Nacional, a Trincadeira, a Castelão e a Aragonez. Estas castas são conhecidas por produzirem vinhos robustos e aromáticos, com notas de frutos pretos e flores. No entanto, são também cultivadas outras castas menos comuns na região, como a Syrah, a Merlot e a Cabernet Sauvignon, que conferem maior diversidade e complexidade aos vinhos tintos da região.
Castas brancas :
As castas brancas dominantes são a Fernão Pires e a Arinto, que produzem vinhos frescos, com acidez viva e aromas florais e tropicais. A par destas castas tradicionais, os viticultores da região estão também a experimentar castas mais recentes como o Alvarinho, o Sauvignon Blanc e o Gouveio, diversificando os estilos e perfis aromáticos dos vinhos brancos do Tejo.
Notas adicionais :
Touriga Nacional : Casta emblemática de Portugal, apreciada pela sua estrutura tânica e aromas intensos de frutos pretos e flores.
Trincadeira : Conhecida pelos seus aromas a especiarias e pela sua capacidade de produzir vinhos complexos e com bom potencial de envelhecimento.
Castelão : Produz vinhos com aromas a frutos vermelhos e taninos suaves.
Aragonez : Mais conhecida como Tempranillo em Espanha, esta casta produz vinhos equilibrados com notas de frutos vermelhos e especiarias.
Syrah : Apreciada pela sua riqueza e aromas de frutos pretos, pimenta e especiarias, conferindo profundidade e complexidade aos vinhos tintos.
Fernão Pires : Casta aromática, com notas florais e citrinas, que se adapta bem ao clima quente do Tejo.
Arinto : Famosa pela sua frescura e acidez viva, conferindo equilíbrio e vivacidade aos lotes.
Alvarinho : Famoso pelos seus aromas tropicais e frescura, muito apreciado como casta única ou em lotes.
Sauvignon Blanc : Contribui com notas herbáceas e de frutos exóticos, enriquecendo o perfil aromático dos vinhos brancos do Tejo.
Gouveio : Conhecido pela sua estrutura e potencial de envelhecimento, é frequentemente utilizado para dar complexidade aos lotes.
Em resumo, a região do Tejo, graças à sua diversidade de castas e práticas vitícolas inovadoras, continua a evoluir e a seduzir os apreciadores de vinho com uma gama variada de sabores.
Métodos de vinificação tradicionais e modernos :
Vindima manual :
A vindima na região do Tejo é frequentemente efetuada à mão, um processo que envolve as comunidades locais. Este método tradicional permite que as uvas sejam cuidadosamente selecionadas, garantindo uma ótima qualidade. A apanha manual é muitas vezes acompanhada de cantares populares, criando um ambiente festivo e reforçando os laços comunitários. Esta tradição milenar contribui não só para a qualidade dos vinhos, mas também para a preservação da cultura local.
A pisa a pé :
Outro método tradicional que perdura no Tejo é o esmagamento a pé das uvas nos lagares, que são grandes tanques de pedra ou de betão. Esta técnica evita o esmagamento das grainhas amargas, que poderiam dar ao vinho um sabor indesejável. A pisa a pé permite que os sumos sejam extraídos de forma suave e homogénea, garantindo que os vinhos conservem a sua qualidade excecional e os seus aromas complexos.
Utilização de cortiça local :
Os vinhos do Tejo são tradicionalmente arrolhados com cortiça proveniente das florestas locais, uma prática que não só preserva o ambiente como também assegura a qualidade e longevidade dos vinhos. A cortiça é um recurso renovável e a sua extração contribui para a sustentabilidade ecológica da região. A utilização de cortiça local também reforça a autenticidade e o compromisso com os métodos tradicionais da região.
Conclusão :
A região do Tejo, com o seu rico património vitícola, diversidade de terroirs e métodos de vinificação que combinam tradição e modernidade, destaca-se como uma região vitivinícola de referência em Portugal. Práticas ancestrais como a apanha manual e a pisa a pé são complementadas por técnicas modernas e sustentáveis, resultando em vinhos de elevada qualidade.
Quer seja um apreciador de vinhos ou um conhecedor exigente, os vinhos do Tejo oferecem uma experiência rica e variada, reflectindo a história e a cultura desta região excecional. Os vinhos do Tejo são uma verdadeira escapadela enológica, misturando o passado e o presente em cada garrafa.
Ao explorar a região do Tejo, descobrirá não só vinhos notáveis, mas também uma cultura vitivinícola profundamente enraizada e orgulhosa das suas tradições, mas aberta à inovação e ao futuro.
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